Eleições municipais e transição
Economia de guerra
Embora no Congresso haja propostas para que as eleições municipais
sejam adiadas de 2020 para 2022, o Tribunal Superior Eleitoral não
sinaliza a possibilidade de qualquer alteração no calendário, ainda que
sejam certos os efeitos deletérios provocados pela pandemia do Novo
Corona Vírus que, pelo propalado, remeterá o mundo a uma economia de
guerra similar à da Grande Depressão.
Quem está preparado
Neste quadro, deve ser questionado o quanto, em sede municipal,
nossos candidatos, ao executivo e legislativo, estão conscientes para o
múnus que se propõem a assumir. Por outro lado, a responsabilidade do
voto pesa sobremaneira. Precisamos escolher pessoas capazes e,
sobretudo, com um espirito público elevado. Os novos tempos, pós
pandemia, como em qualquer outra cena de guerra, sinaliza carência
extrema de recursos e debilidade da estrutura do Estado. Assim, não há
espaço para despreparo.
A sociedade precisa do Estado
Neste momento, mais do que nunca, a despeito dos detratores, um
estado assistencialista, intervindo na economia, garantindo direitos
sociais, volta a ser a palavra de Ordem. A Dignidade da Pessoa Humana,
princípio jurídico que orienta a ação das nações civilizadas, não admite
que qualquer pessoa “exista” sem que esteja cercada de condições
materiais mínimas. Como já anunciado, o impacto do Novo Corona Vírus na
economia ameaça os mais pobres acenando potencializar a exclusão social.
O Estado precisa da Sociedade
Em uma economia de guerra, as estruturas do Estado se veem
sobrecarregadas. A par da crise econômica já vivenciada, a sociedade
civil organizada precisa ser convolada a assumir o seu papel como agente
motriz de uma campanha ampla em favor de ações solidárias. Dado os
efeitos da polarização política, e mesmo que na falta de um ator
nacional que protagonize – ou tenha vontade política para tanto – é
imperativo que tal campanha seja deflagrada.
Transição política
Em sede municipal, precisamos de uma transição política sui generes.
Dada as circunstâncias, é urgente ser revisto o plano de governo
adequando-o à nova realidade que se avizinha. Independentemente de
permanência ou não no cargo, os mandatários atuais do executivo e do
legislativo devem preparar o Município. Elaborar uma agenda propositiva,
com a participação do terceiro setor e o compromisso assumido por
lideranças adversárias de que a mesma tenha continuidade, é fundamental,
afinal, “onde não há planejamento, não há realizações”.
Coragem e humildade
Não há espaço para a intransigência. As circunstâncias exigem que
questões político-partidárias sejam compatibilizadas. É necessário abrir
o diálogo público com responsabilidade, ir ao encontro do diferente,
praticar “política”. Como afirmado, no próximo pleito municipal o
eleitor deve identificar pessoas com espírito público elevado e,
senhores, espíritos de tal monta não são medíocres, mas, sim, cultivam a
coragem da humildade.
Atitude
São Francisco do Sul pode dar exemplo; que os nossos líderes tomem atitude!…
…Quem será o primeiro…
Artigo originalmente publicado no Jornal Folha Babitonga